MALALA YOUSAFZAI


Para a maior parte das pessoas este é um nome sobejamente conhecido. Nós próprios o referimos em dois artigos publicados neste Jornal, em Novembro de 2013 e Novembro de 2014, com o título, respetivamente, de “igualdade entre os sexos” e “o prémio Nobel da paz”.
Malala nasceu no Paquistão em 12 de Julho de 1997. Tornou-se conhecida por, desde muito nova, ter procurado defender os direitos das mulheres no que toca ao acesso à educação, na sua região natal do Vale do Swat, no nordeste do Paquistão, onde os talibãs locais impediam as jovens de frequentar a escola. O seu ativismo tornou-se um movimento internacional.
No início de 2009, quando tinha 11-12 anos de idade, escreveu um blog para a BBC, sob pseudónimo, no qual descrevia o quotidiano durante a ocupação talibã.
No dia 9 de Outubro de 2012, um talibã, armado de uma pistola, dirigiu-se a um grupo de meninas que estavam num autocarro depois de terminado o dia letivo, perguntou quem era a Malala, acrescentando que, se não fosse imediatamente identificada, as mataria a todas. Seguidamente apontou a arma à cabeça de Malala e disparou três tiros atingindo-a na parte esquerda da cabeça. Caiu inanimada e assim permaneceu durante alguns dias, já no Hospital, para onde havia sido conduzida.
Quando o seu estado o permitiu, foi transferida para o Hospital de Birmingham, na Inglaterra, onde foi devidamente tratada, mas os talibãs reiteraram a intenção de a matar.
Ainda antes da atribuição do prémio Nobel da paz, em 2013, uma revista alemã classificou-a como “a mais famosa adolescente de todo o mundo”. Em 29 de Abril do mesmo ano foi capa da Revista “Time” e considerada uma das 100 pessoas mais influentes do mundo. Em 12 de Julho discursou na sede da ONU, pedindo o acesso universal à educação. Em 3 de Setembro inaugurou em Birmingham (Inglaterra) a maior biblioteca pública da Europa. Ainda nesse mesmo ano foi homenageada com o prémio “Sakharov”.
A cantora americana Madonna dedicou sua música “Human Nature” a Malala, numa apresentação em Los Angeles, no dia do ataque, e fez uma tatuagem nas costas evocativa de Malala.
Em 2016 foi laureada com o título de doutora honoris causa pela Universidade de Pádua (Itália) e no ano seguinte recebeu a cidadania do Canadá e o título de doutora honoris causa da Universidade de Ottawa.
Mais de dois milhões de pessoas assinaram uma petição da campanha de direito à educação, que conduziu à primeira lei de acesso à educação no Paquistão.
Em 2020, com 22 anos, terminou a sua graduação e conquistou o diploma universitário em filosofia, política e economia, pela Universidade de Oxford.
A 9 de Novembro de 2021, casou com Asser Malick, natural do Punjab, uma zona da Índia próxima do Paquistão. É um desportista de críquete, uma modalidade com bastante expressão na Índia e no Paquistão, sendo atualmente diretor geral do conselho de críquete. O casamento teve lugar em Birmingham, sendo a cerimónia reservada apenas aos familiares.
E por aqui ficamos devido ao limite de espaço.